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sexta-feira, 13 de maio de 2011

O SONHO

Eram dois naquele lugar esquisito, como uma cadeia. Eram um filho e a mãe, esperavam uma diversão de fim de semana, subiam as escadas íngremes e cansativas. Era como se fosse um presídio antigo e eles estavam fazendo visitação publica, mas eram só eles chegando ao terceiro andar, o filho muito mais ofegante que a mãe tinha uma certa dificuldade de conversar.
Sentaram em um sofá no meio de um pátio, parecia um lugar comum onde os presos tomavam banho sol. A direita do sofá estavam as escadas para o térreo. O cheiro de queimado ainda era forte entre as grades, haviam prisioneiros carbonizados espremidos, no desespero de se libertar daquela tragedia, alguns esmagados entre as grades, outros com o tamanho reduzido devido a carbonização. Eles iniciaram uma discutição momentânea e não notaram aquele cheiro e os corpos espalhados muito menos o barulho vindo  das escadas, a mãe olhou uma ultima vez para o filho e parecia estar pressentindo algo. Um homem mascarado se coloca na porta apontando um fuzil de guerra pra os dois, o garoto pulou para o lado do sofá se protegendo e tapando o rosto, esperando que talvez não vendo aquele homem ele não o veria também. Escutou duas rajadas de tiro e os gritos agudos da mãe ao seu lado. Ele não queria acreditar e àquela hora ele devia ter coragem ter protegido sua mãe. Agora estava encolhido se escondendo do assassino. O que eles teriam feito de errado. No momento em que ele decidiu reagir e levantar o rosto encarou o mascarado ele não sabia como mas sentiu a risada do filha da puta por baixo da mascara de gás, nesses milésimos de segundo ele Também escutou duas rajadas saindo do cano do fuzil. Umas delas atingindo o corpo e era como se fosse brasas entrando em seu corpo na segunda Também atingiu seu corpo, mas um dos projetes foi em sua cabeça, ele sentiu aquele impacto e se lembrou da infância quando havia entrado numa briga e levado uma pedrada na cabeça. Mas o projete era muito mais eficiente e o impacto acompanhado de um barulho seco dentro de sua caixa craniana doeu intensamente e inexplicavelmente, então aquele silencio levou a lembrar de tudo e o filme passava em sua cabeça como em filmes até aquele momento passando pela covardia de deixar sua mãe ser morta e se esconder como rato. Lembrou do sorriso daquele monstro. Voltou a si quando percebeu que não conseguia respirar seu corpo doía, estava frio ele não conseguia enxergar e estava tudo em silêncio, ele percebia somente sua consciência que persistiu em continuar, ele então começou a implorar pra que acabasse logo que ele sumisse, que não sentisse dor mais o frio então passou seu corpo adormeceu se sentiu pequeno mas se via ocupando o mundo todo, o ar não saia, pensou que talvez estivesse sonhando, aquilo fez com que seu coração batesse mais forte tão forte que ele sentiu seu osso dilatando no tórax. Era uma esperança devia se agarrar a ela, então as dores voltaram também a vontade de respirar, o ar não vinha. Era inútil então desistiu. Só ai consegui abrir os olhos olhar atentamente o teto do meu quarto e soltar o ar preso no pulmão e atirar longe o  pobre gato encima do meu peito. Chorei como uma criança. Estava vivo.